A prova de que o vinho não é apenas um mundo de homens, são estas cinco mulheres incríveis que marcaram a história do vinho!

Hoje é o Dia Internacional da Mulher e por essa razão trago cinco grandes mulheres que mudaram a história do vinho, um pouco por todo o mundo!

Barbe-Nicole Clicquot

Nasceu no final do séc. XVIII e com 21 anos casou-se com François Cliquot de quem ficou viúva poucos anos depois.

No início do século XIX, em França, as mulheres estavam proibidas de trabalhar, votar, ganhar dinheiro, ou de estudar sem o consentimento do marido ou do pai. À excepção das viúvas, que eram as únicas mulheres na sociedade francesa a serem livres e a poderem gerir os seus próprios negócios.

Foi nesse momento que Barbe-Nicole propôs ao seu sogro assumir os negócios do marido. Este, surpreendentemente, concordou e Clicquot tornou-se assim a primeira mulher a gerir uma casa de champanhe assim como a primeira produtora de champanhe feminina. Hoje é mais conhecida pela Viúva que dá nome ao famoso Champanhe Veuve Cliquot.

Madame Clicquot, abriu o caminho para as mulheres no mundo do vinho e é caso para dizer, Merci!

Louise Pommery

À semelhança de Cliquot, também Pommery ficou viúva no século XIX, tomando a partir daí conta do negócio de vinhos do marido.

Mas mais do que isso madame Pommery desempenhou um papel essencial no desenvolvimento do champanhe moderno como o conhecemos. Ela foi a mulher que criou o champanhe que chamamos hoje- seco

Actualmente, é normal falarmos e consumirmos Champagne seco. A categoria “brut” é o estilo mais popular. Mas nem sempre foi assim. Durante grande parte da sua história, o champanhe foi doce. Tão doce que era servido à sobremesa.

Até que madame Pommery percebeu que o mercado inglês, que sempre foi um dos mais importantes para o Champanhe, estava a desenvolver uma preferência por vinhos mais secos.

Fazer um champanhe assim era um passo bastante ousado porque significava acabar com a possibilidade de mascarar defeitos frequentes do vinho, com o açúcar. Mas afinal, provou ser uma aposta vencedora e que dura até aos dias de hoje.

Dona Antónia Adelaide Ferreira

O que tem em comum D. Adelaida com as duas anteriores senhoras francesas? Também ela ficou viúva no séc. XIX e assumiu o negócio de vinhos do marido.

Carinhosamente apelidada de Ferreirinha, Dona Antónia foi a mulher que mais lutou e revolucionou a viticultura no Douro

Um dos seus maiores feitos foi, através de viagens ao estrangeiro, descobrir como combater a filoxera, aquele insecto terrível de que já falei na primeira temporada. Contra a grande desconfiança de outros produtores da região, Ferreirinha teve a coragem de trazer para Portugal uma técnica inovadora que salvou as vinhas da catástrofe da Filoxera, e que ainda hoje se aplica um pouco por todo o país

Dona de várias quintas no Douro – entre elas a Quinta do Vale Meão, onde nasceu o icónico Barca Velha – a Ferreirinha chegou a ser uma das mulheres mais ricas do país.

Hoje em dia, muitas dessas quintas ainda estão na família de Dona Antónia e tudo fazem para manter e honrar a coragem e paixão com que esta mulher de armas defendeu os vinhos portugueses.

Sarah Morphew Stephen

Nos dias de hoje, já várias mulheres concorrem e alcançam o prestigiado título Master of Wine que distingue os maiores conhecedores de vinho no mundo, mas a primeira de todas foi Sarah, em 1970.

Curiosamente, o interesse de Stephen pelo vinho começou enquanto passava uma temporada na casa de um amigo na Madeira e participou nas vindimas do seu vinho, tinha ela apenas 11 anos.

Mais tarde, pediu para estagiar numa prestigiada empresa de vinhos do Porto, mas na altura a resposta que recebeu foi que não havia lugar para uma mulher na indústria de vinhos.

Mas não desistiu. Estudou enologia na Universidade de Bordeaux e conseguiu trabalho na área tanto em França como na Alemanha.

Até que, finalmente em 1970, arriscou concorrer ao concurso de Master of Wine e passou, sendo assim a primeira mulher na história a alcançar o tão ambicionado título.

Jancis Robinson

Embora prefira ser considerada escritora, a inglesa Robinson é sem dúvida a jornalista e crítica de vinhos mais respeitada do mundo contemporâneo. A sua carreira começou nos anos 80, quando, à semelhança da senhora anterior, conseguiu alcançar o título de Master of Wine.

De tal forma o vinho é importante para ela que até lançou o seu copo de vinho ideal, feito à mão, e próprio para máquinas de lavar loiça.

Actualmente, Robinson comunica e expressa a sua opinião sobre vinhos através da sua coluna semanal no Financial Times e publicações diárias no seu próprio site.

É autora de livros icónicos sobre cultura vitivinícola e a sua participação em eventos ou como júri, são extremamente valiosos e respeitados. Sem dúvida, uma das mulheres mais influentes na história do vinho atual!

E muitas mais mulheres podia aqui referir que ao longo dos anos têm vindo a provar que o vinho não é um mundo só de homens!

Hoje especialmente, um brinde a todas a mulheres!