Uma discreta farmhouse do séc. XVIII transformada em enoturismo de luxo, entre o rio Douro e a linha de comboio, chamada Quinta de São Bernardo
Construída em 1756, a casa da Quinta de São Bernardo já existia quando a linha do Douro foi concluída e ali ficou, perfeitamente encaixada entre o comboio e o rio.
Mas a história que se vive hoje começou em 1912, altura em que a casa chegou às mãos da família Vagaroso. E de facto, o tempo passa devagar na Quinta de São Bernardo Winery & Farmhouse.
As vinhas e o vinho sempre fizeram parte destas terras, sendo que a uva era maioritariamente vendida.
De geração em geração, o negócio começou a evoluir, até se construir uma adega para garantir a produção e engarrafamento com marca própria.


A nova geração da Quinta de São Bernardo
Em 2011, Diogo Monteiro – geração mais nova – e Pedro Silva – enólogo – juntam-se ao projecto, ganhando a nova vida que ainda hoje se vive ali em Barqueiros, Mesão Frio.
Diogo é natural do Porto e lembra-se de passar verões de infância na casa do avô Valdemar. Nunca pensou que nessa mesma casa de férias iria fixar residência juntamente com a sua mulher Marcella e filhos.
Quando os vinhos da casa se deram a conhecer além Douro, começaram a chegar curiosos de todo o mundo para descobrir a sua origem. Foi quando jovem casal percebeu que tinha de criar condições para receber os visitantes da melhor maneira – assim nasceu o enoturismo na Quinta de São Bernardo.
A partir de uma sala de provas e loja Diogo, arquitecto de formação, avançou para a remodelação da casa toda criando uma farmhouse com 9 quartos, um restaurante, piscina e, mais recentemente, ginásio com spa. Um ambiente moderno e de luxo mas ao mesmo tempo acolhedor e familiar.


Turismo e vinhos à beira Douro
Não foi só a casa de campo que passou por esta transformação, o negócio do vinho também foi todo repensado. A quantidade diminui, a qualidade aumentou e os novos rótulos revelaram a fachada da farmhouse e uma lebre, animal que se avista com frequência por entre as vinhas.
Entre esta quinta no Baixo Corgo e a Quinta da Água, no Cima Corgo, dos mesmos proprietários, estão 60 hectares de vinha, incluindo uma parcela com 93 anos de idade. Actualmente existem 14 referências de vinho disponíveis.
Além dos DOC Douro, Pedro Pinto criou também um espumante rosé feito a partir de Touriga Nacional e Tinta Roriz. O Vinho do Porto não faz parte do portfólio mas nem por isso se sente a sua falta, pois os anfitriões fazem questão de dar a conhecer os melhores Portos da região na sua loja e nas experiências vínicas.

A prova que aqui se organiza, não é uma prova comum. Diogo e Pedro sentiram desde o início que, para o visitante verdadeiramente entender o néctar do Douro, não bastava degustar, tinha que se criar uma experiência mais imersiva.
Sempre liderada pelo enólogo, a prova tem duração de 3 horas e 9 vinhos em que se explica os trabalhos na vinha, todo o processo enológico, enquadramento histórico da região e, finalmente, como provar vinho de forma a descobrir qual o estilo favorito de cada visitante.



Restaurante “Farm to Table”
O nome do restaurante “Farm to Table” já diz muito da cozinha que aqui se pratica. Produtos locais e sazonais inspiram os menus diários do Chef Miguel Vilela – pratos “de conforto”, como cabrito assado com arroz, robalo com cuscos de Vinhais ou até opções vegetarianas.
As refeições são harmonizadas com os vinhos da casa, dependendo dos pratos do dia. Alguns que melhor expressam este território à beira rio são o São Bernardo Alecrim branco, feito de Vinhas Velhas, que nos sugere o alecrim espalhado por toda a quinta ao mesmo tempo que nos revela corpo e volume de boca.
Nos tintos, é incontrolável o São Bernardo 2012, também de Vinhas Velhas, onde as notas de fruta preta, mas também de lareira e cabedal, nos mostram a excelente longevidade dos bons vinhos do Douro.


Enoturismo para todos os gostos
Quando o tema é enoturismo, não faltam actividades para todos os gostos. Além de passeios pela vinha de bicicleta ou de buggy, os visitantes podem andar de caiaque no rio ou mesmo de barco, saindo do cais privado da quinta.
Quando o tempo convida mais ao interior, pode optar por relaxar no Spa ou aproveitar a Sala da Família, com lareira, biblioteca, snooker e jogos de tabuleiro.
Diogo afirma com orgulho que a Quinta de São Bernardo é “a casa de férias dos nossos hóspedes”.