É verdade que o enoturismo nos Açores ainda não é uma área muito desenvolvida. Mas não desanimem, qualquer adega vos abrirá as portas com todo o prazer e dará a provar os seus vinhos tão diferentes e exclusivos.

Nas ilhas, as vinhas são plantadas muito perto do mar e em solos vulcânicos com um clima muito húmido, pelo que os vinhos são bastante minerais, frescos e até salinos.

São 9 ilhas no meio do oceano Atlântico em que 4 produzem vinho: Pico, Terceira, Graciosa e São Miguel.

Mas é a ilha do Pico que mais dá que falar. É famosa pelos seus vinhos generosos secos, mas os brancos também surpreendem!

Aqui as vinhas foram classificadas como Património Mundial pela UNESCO em 2004 por serem plantadas entre currais – muros feitos a partir de pedras soltas de basalto – para as proteger dos ventos e do mar.

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Fui conhecer a Adega Czar onde se produz o famoso vinho licoroso sem adição de aguardente, um vinho muito seco e com elevado grau alcoólico, que deve o seu nome às inúmeras vezes que foi servido na Rússia aos Czares nos seus banquetes reais.

Também no Pico, a Adega A Buraca montou um núcleo museológico com artefactos antigos dos diversos ofícios de subsistência na ilha, como agricultura, bordados e vime.

Nesta adega, ainda é possível provar o licoroso Buraca Wine acompanhado por um delicioso queijinho da ilha!

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Também na Terceira, Graciosa e São Miguel se produz vinho, em menor quantidade, ainda assim vale a pena uma passagem.

Na ilha Terceira – cuja capital Angra do Heroísmo também é Património Mundial da UNESCO – recomendo uma ida até ao Museu do Vinho nos Biscoitos, onde viajamos no tempo e conhecemos como era o dia-a-dia nas vinhas no início do século.

Na Graciosa, é obrigatório passar pela fábrica das Queijadas da Graciosa e comer uma queijada acabada de fazer acompanhada de um cálice de Angelica, um vinho doce licoroso produzido na ilha.

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Por fim, a minha ilha preferida…. São Miguel!

Aqui, percam-se entre as plantações de ananás e os campos de chá Gorreana, entre lagoas e caldeiras, entre queijos e o cozido das furnas!

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Mas não se esqueçam de incluir no vosso percurso uma ida à Quinta da Jardinete, uma casa datada de 1850 com bonitos jardins que acolhem, entre as diversas árvores de fruto, uns largos pés de videira de castas pouco (ou nada) usuais nos Açores, como o Merlot ou Chardonnay.

Desta forma, produzem vinhos brancos e tintos, diferentes do que se encontra habitualmente nestas ilhas, mas feitos com muita dedicação, aproveitando o melhor que o clima e a terra lhes dá.

Como aliás, são produzidos todos os vinhos dos Açores!

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