O verde e o rosa são as cores predominantes deste turismo de charme que tem no vinho um elemento inspirador
As rosas gigantes Queen Elizabeth envolvem a Casa Rosa, que em tempos pertenceu aos Viscondes de Venade, tendo sido adquirida pela família Rosa há quase cem anos.
Terra Rosa Country House & Vineyards, ao contrário de muitos projectos de vinhos, não tem uma longa história, de várias gerações. Terra Rosa tem, sim, muita paixão e vontade de se tornar um refúgio natural para todos os amantes do Minho e do Vinho Verde.
Eliana Rosa conta que estas terras foram compradas pelo seu avô. Na altura, os 70 hectares de propriedade já incluíam vinha e lúpulo, pelo que a actividade agrícola era o único negócio desenvolvido.
Se a vinha ainda existe e nos dá as boas vindas, desde o momento que passamos o portão da quinta, do lúpulo apenas resta um espigueiro de 1872. Um espigueiro invulgar para a região, duplo e com uma porta central. A sua dimensão demonstra a grande produção de lúpulo que houve em tempos naquela propriedade, chegando a ocupar 10 hectares de terra.
Actualmente, no que toca a produtos agrícolas, já só existe a vinha que se estende por 50 hectares contínuos. Tal facto faz da Terra Rosa o maior sócio da Adega Cooperativa de Ponte de Lima, contribuindo essencialmente com uvas da casta Loureiro e Vinhão.
Depois de tantos anos apenas virada para a exploração agrícola, houve um momento em que a antiga Quinta de Codeçosa ganhou novo rumo.
Em 2016, Eliana percebeu o potencial desta quinta: com uma casa senhorial do sec. XVIII, uma capela, um espigueiro e muito mais, este fantástico espaço estava desaproveitado e tinha que ser dado a conhecer!
Juntamente com o seu pai Francisco, começou então um minucioso e bem pensado processo de recuperação e remodelação dos espaços.
Ao lado do espigueiro, a Casa do Lúpulo, foi transformada em alojamento com sete quartos – incluindo suites, todos com entrada independente – e uma acolhedora sala de estar, onde são servidos pequenos-almoços e refeições leves durante o dia.
A experiência de Eliana com decoração de interiores foi uma grande ajuda para tornar a Terra Rosa num lugar de eleição para quem realmente quer afastar-se da cidade, esquecer a azáfama do dia a dia, ter contacto com a natureza ou apenas relaxar.
Todos os quartos e áreas comuns são decoradas com tons creme e terra, mas com detalhes que mostram um “luxo despojado” como descreve a directora deste hotel rural.
E quando o tema é relaxar, não faltam formas de o fazer: banhar-se na piscina exterior aquecida a 30ºC todo o ano, ouvir o rio Neiva correr em torno da quinta, fazer uma massagem no pátio interior da antiga adega à sombra das oliveiras, desfrutar do lanche servido diariamente às cinco no wine bar ou sentar-se na sala de estar a ler e beber um bom copo de vinho.
No que toca a enoturismo, Terra Rosa assume-se como um dinamizador e agregador dos vinhos portugueses. Apesar de se situar no coração do Vinho Verde e destacar os vinhos regionais, pretende também que quem os visite, fique a conhecer um pouco de outras regiões como Douro e Alentejo.
Nos diferentes espaços desta casa de campo entre vinhas, organizam-se provas de vinho com os produtores locais presentes, desenham-se wine tours pela região e incentiva-se os seus visitantes – maioritariamente estrangeiros – a imergir na cultura do Vinho Verde através de diversas experiências vínicas.
No fundo, o projecto Terra Rosa Country House & Vineyards apenas dá continuidade ao que os tais Viscondes de Venade começaram: um lugar de puro e merecido lazer, entre vinhas e bom vinho!
Artigo publicado na Revista de Vinhos em Dezembro 2023