Por muitas voltas que o mundo dê, o enoturismo está em crescimento e evolução. Ficam aqui sete tendências do enoturismo para 2025!

Antes de falar das tendências de Enoturismo para 2024, vamos a uma definição.

O que é uma tendência? Propensão; inclinação; disposição; propósito.

A cada ano que passa, o Enoturismo ganha mais propósito, torna-se mais disponível a novos públicos, inclina-se para diferentes formatos mas sempre com propensão a crescer.

Não tenho uma bola de cristal e, nos dias que correm, é mesmo muito difícil fazer previsões seja para o que for. No entanto, com base em viagens, visitas a adegas, conversas com produtores de vinho e alguma pesquisa, junto neste artigo sete tendências para o Enoturismo em 2025.

1. Vinoterapia e bem-estar

Outra tendência marcante para 2025 é a fusão entre o enoturismo e as práticas de saúde e bem-estar, elevando o conceito de turismo holístico.

As adegas estão a incorporar vinoterapia — tratamentos estéticos com base em produtos derivados da uva — e a oferecer sessões de yoga e meditação no meio às vinhas, proporcionando uma conexão única com a natureza. Inclusivamente estão em crescimento os retiros espirituais organizados em parceria com adegas.

Estas iniciativas não só destacam os benefícios antioxidantes das uvas, mas também criam experiências relaxantes que combinam o prazer do vinho com um estilo de vida saudável.

Este tipo de turismo atrai um público em busca de equilíbrio, rejuvenescimento e uma forma inovadora de explorar o mundo vinícola.

2. Turismo de experiências

Um enoturista é um turista especial. Quer ter um experiência ao mesmo tempo divertida e didática, levando algo mais para casa do que apenas umas horas bem passadas a beber vinho. Pensando até nas gerações mais novas – Millenials e Gen Z – são as actividades mais dinâmicas e criativas que atraem!

“Experiência” é uma das palavras do momento, é o que as pessoas mais valorizam e onde mais dinheiro estão dispostas a gastar. A criação de memórias em torno do vinho vale muito mais do que a compra de uma garrafa e é isso que o enoturismo faz.

Pense em workshops de vinho, de fotografia, de cozinha. Pense em trilhos na natureza e observação de animais. Pense em concertos de música ou cinema ao ar livre.

Talvez, para isso, seja necessário criar parcerias com outras adegas locais, restaurantes e outras empresas turísticas de forma a tornar a experiência global mais rica e imersiva para o visitante.

3. Turismo Gastronómico

O enoturismo insere-se no turismo gastronómico, um tipo de turismo com significativo crescimento a nível mundial. Comer e beber está “na moda”, os Chefs e os restaurantes fine dining são muito procurados e a gastronomia está a tornar-se no tema central das viagens.

Pelo que a integração de experiências gastronómicas, incluindo degustações harmonizadas com iguarias locais, é seguramente uma tendência do enoturismo para 2025.

Recentemente, na Global Summit do World Travel & Tourism Council 2024 que teve lugar em Perth, na Austrália, discutiu-se o papel futuro da gastronomia e do enoturismo e de que forma estão a ajudar os viajantes a ligarem-se à cultura e ao local.

Concluiu-se que tão memorável quanto um monumento, uma praia ou uma exposição, é igualmente tudo o que se comeu e bebeu nessa viagem e que a gastronomia é um cartão de visita para os destinos.

A ligação entre o vinho e a comida é um aspecto significativo do enoturismo. Se gere uma unidade de enoturismo, procure fazer parcerias com restaurantes e Chefs locais, organize workshops de cozinha ou de harmonização de comida e vinhos de forma a para aprimorar a sua oferta enoturistica.

4. Integração de Tecnologia: Inteligência artificial e Redes Sociais

O uso da tecnologia, inteligência artificial e as plataformas digitais serão fundamentais para melhorar a experiência geral do enoturismo.

Não tenha medo da inteligência artificial porque esta, quando usada de forma sensata, pode ser uma grande aliada do seu negócio. Seja na procura de conteúdos, na criação de actividades mais interactivas, seja na recolha de histórico e informação sobre os seus visitantes, conhecimento dos seus hábitos de consumo e a sua evolução.

Considere também criar parceria com plataformas de reserva on-line e aplicativos móveis que forneçam ao visitante informações sobre a sua adega, vinhos e eventos. Estes canais estão a ser cada vez mais usados no momento da pesquisa e funcionam como bons pontos de ligação entre o seu enoturismo e o cliente.

No que toca às redes sociais, estas continuam a desempenhar um papel significativo na promoção do enoturismo. É fundamental estar presente em plataformas como Instagram, Facebook e TikTok (não obrigatoriamente todas ao mesmo tempo, se preferir, escolha uma e invista o seu tempo nessa) para mostrar os seus vinhos, vinhas, oferta enoturistica e eventos ao longo do ano.

Ser criativo na forma como comunica a actividade da sua adega é meio caminho andado para atrair novos visitantes e mesmo novos públicos!

5. Regiões Vitivinícolas Emergentes

Embora as regiões vinícolas tradicionais permaneçam populares, há um interesse crescente em explorar vinhos de regiões emergentes. Os visitantes procuram destinos vínicos únicos e por descobrir, contribuindo para o crescimento do enoturismo em zonas menos tradicionais.

Falando de forma mais abrangente, Portugal é ainda um destino enoturistico emergente, pouco explorado e, por isso, ainda representa novidade para muitos amantes de vinho por todo o mundo. Se por um lado o turismo no nosso país já cresceu tanto e atingiu, nos últimos 5 anos, valores ao nível de muitos outros destinos mundiais, o enoturismo continua a ser uma actividade de nicho com muito para crescer.

Acredito mesmo que Portugal vai continuar a despertar interesse nos próximos anos, exactamente por ser ainda um destino pouco massificado e por manter a sua autenticidade. Para quem já conhece Portugal, haverá igualmente regiões que continuam por desbravar e que, por isso, irão atrair maior atenção.

Falo de regiões como Trás-os-Montes, Beira Interior e Algarve por exemplo. Regiões que estão a crescer como destinos enoturístico, que estão a desenvolver estruturas, a comunicar melhor e criar condições para receber visitantes com mais qualidade.

6. Enoturismo para toda a família

O enoturismo em 2025 está a abrir as suas portas para famílias inteiras, incluindo crianças, com atividades pensadas para todas a família e todas as idades.

Muitas adegas estão a diversificar a sua oferta, integrando programas de lazer e educativos para os mais novos, como actividades de pintura com vinho, caça ao tesouro nas vinhas, prova de uvas e sumos, aulas sobre a natureza e a produção de uvas.

Esta tendência beneficia não só crianças como os adultos, pois deixa-os participar nas provas de forma mais tranquila, enquanto os filhos divertem-se com outras atividades.

Este movimento reflete a adaptação do sector às mudanças no perfil dos visitantes, que procuram experiências mais inclusivas e memoráveis em família.

7. Turismo sustentável

Sustentabilidade é uma das palavras do momento e ainda bem! O enoturismo tem um papel fundamental na sustentabilidade das regiões onde se insere, tanto a nível ambiental como social e económico.

E por que é que considero a sustentabilidade uma das tendências do enoturismo para 2025? Porque o visitante está cada vez mais sensível para este tema. Procura cada vez mais adoptar um turismo de forma sustentável (o oposto do turismo de massas) e procura respeitar as comunidades locais, ao viver experiências imersivas e não invasivas.

Optar por um alojamento rural em vez de uma cadeia hoteleira, ir a restaurantes tradicionais e consumir vinho da região, usar bicicletas ou caminhar pelas vinhas reduzindo a pegada ambiental, já são práticas cada vez mais comuns.

Ao mesmo tempo, o visitante procura adegas igualmente com práticas sustentáveis: agricultura biológica, utilização racional da água na adega, empregar recursos humanos locais, parcerias com pequenos negócios regionais, são alguns exemplos.

Há realmente uma maior atenção por parte do visitante que deve também ser levada em conta no que toca a gerir uma unidade de enoturismo

Para ficar a par de mais tendências do enoturismo para 2025, recomendo espreitar também a agenda de eventos deste ano e participar no máximo que conseguir!


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