Por muitas voltas que o mundo dê, o enoturismo está em crescimento e evolução. Ficam aqui sete tendências do enoturismo para 2024!

Antes de falar em tendências de Enoturismo para 2024, vamos a uma definição. O que é uma tendência? Propensão; inclinação; disposição; propósito.

A cada ano que passa, o Enoturismo ganha mais propósito, torna-se mais disponível a novos públicos, inclina-se para diferentes formatos mas sempre com propensão a crescer.

Não tenho uma bola de cristal e, nos dias que correm, é mesmo muito difícil fazer previsões seja para o que for. No entanto, com base em viagens, visitas a adegas, conversas com produtores de vinho e alguma pesquisa, junto neste artigo sete tendências para o Enoturismo em 2024.

1. Integração de Tecnologia: Inteligência artificial e Redes Sociais

O uso da tecnologia, inteligência artificial e as plataformas digitais serão fundamentais para melhorar a experiência geral do enoturismo.

Não tenha medo da inteligência artificial porque esta, quando usada de forma sensata, pode ser uma grande aliada do seu negócio. Seja na procura de conteúdos, na criação de actividades mais interactivas, seja na recolha de histórico e informação sobre os seus visitantes, conhecimento dos seus hábitos de consumo e a sua evolução.

Considere também criar parceria com plataformas de reserva on-line e aplicativos móveis que forneçam ao visitante informações sobre a sua adega, vinhos e eventos. Estes canais estão a ser cada vez mais usados no momento da pesquisa e funcionam como bons pontos de ligação entre o seu enoturismo e o cliente.

No que toca às redes sociais, estas continuam a desempenhar um papel significativo na promoção do enoturismo. É fundamental estar presente em plataformas como Instagram, Facebook e TikTok (não obrigatoriamente todas ao mesmo tempo, se preferir, escolha uma e invista o seu tempo nessa) para mostrar os seus vinhos, vinhas, oferta enoturistica e eventos ao longo do ano.

Ser criativo na forma como comunica a actividade da sua adega é meio caminho andado para atrair novos visitantes e mesmo novos públicos!

2. Turismo de experiência e parcerias

“Experiência” é uma das palavras do momento. É o que as pessoas mais valorizam e onde mais dinheiro estão dispostas a gastar. A criação de memórias em torno do vinho vale muito mais do que a compra de uma garrafa e é isso que o enoturismo faz.

Mas é importante ter em atenção a variedade e inovação. Para tal, precisa conhecer a oferta enoturística das adegas em torno da sua, de forma a não repetir e poder oferecer algo diferente ao seu visitante. Ao diversificar a oferta, todos ganham!

Considere, por isso, criar parcerias com outras adegas locais, assim como restaurantes e outras empresas turísticas para enriquecer a experiência global do visitante na sua região.

Trabalhar em rede e criar parcerias, é a melhor forma de fazer crescer a sua região e proporcionar ao enoturista uma experiência vínica muito mais genuína e imersiva.

3. Regiões Vitivinícolas Emergentes

Embora as regiões vinícolas tradicionais permaneçam populares, há um interesse crescente em explorar vinhos de regiões emergentes. Os visitantes procuram destinos vínicos únicos e por descobrir, contribuindo para o crescimento do enoturismo em zonas menos tradicionais.

Falando de forma mais abrangente, Portugal é ainda um destino enoturistico emergente, pouco explorado e, por isso, ainda representa novidade para muitos amantes de vinho por todo o mundo. Se por um lado o turismo no nosso país já cresceu tanto e atingiu, nos últimos 5 anos, valores ao nível de muitos outros destinos mundiais, o enoturismo continua a ser uma actividade de nicho com muito para crescer.

Acredito mesmo que Portugal vai continuar a despertar interesse nos próximos tempos, exactamente por ser ainda um destino pouco massificado e por manter a sua autenticidade. Para quem já conhece Portugal, haverá igualmente regiões que continuam por desbravar e que, por isso, irão atrair maior atenção.

Falo de regiões como Trás-os-Montes, Beira Interior e Algarve por exemplo. Regiões que estão a crescer como destinos enoturístico, que estão a desenvolver estruturas, a comunicar melhor e criar condições para receber visitantes com mais qualidade.

Quer isto dizer que regiões como Douro e Alentejo vão perder lugar? Não! Apenas estão já consolidadas. Já alcançaram uma reputação forte e estão na mente de muitos viajantes. Vão continuar a receber enoturistas de todo o mundo, mas não considero uma tendência de enoturismo para 2024

4. Turismo Gastronómico

O enoturismo insere-se no turismo gastronómico, um tipo de turismo com significativo crescimento a nível mundial. Comer e beber está “na moda”, os Chefs e os restaurantes fine dining são muito procurados e a gastronomia está a tornar-se no tema central das viagens.

Pelo que a integração de experiências gastronómicas, incluindo degustações harmonizadas com iguarias locais, é seguramente uma tendência do enoturismo para 2024.

A ligação entre o vinho e a comida é um aspecto significativo do enoturismo. Procure fazer parcerias com restaurantes e Chefs locais, organize workshops de cozinha ou de harmonização de comida e vinhos de forma a para aprimorar a sua oferta enoturistica.

5. Enfoque na “educação vínica”

Um enoturista é um turista especial. Este quer aprender enquanto se entretém. Quer ter um experiência ao mesmo tempo divertida e didática, levando algo mais para casa do que apenas umas horas bem passadas a beber vinho.

Por isso, cada vez mais adegas se estão a concentrar na “educação vínica”, ou seja, oferecem aos visitantes informações mais detalhadas sobre os processos de vinificação, tipos de uvas e características dos vinhos. Organizar workshops e cursos também se estão a tornar uma actividade bastante procurada.

A verdade é que, para o sector vitivinícola, “educar” o consumidor sobre o vinho vai seguramente ajudar a um consumo mais consciente uma maior valorização do produto vinho.

6. Slow tourism

O movimento “slow” também ganhou força após a pandemia de 2020. Muita gente percebeu que não precisa de ter uma vida de constante correria para ser feliz, aliás, ao parar (embora forçadamente) percebeu que é na calma que encontra o bem-estar e felicidade que desconhecia. É aí que o enoturismo entra. Este encaixa-se no conceito de slow tourism ou “turismo sem pressa”.

Quem pratica o slow tourism são pessoas que, geralmente, têm vidas profissionais muito intensas, em ambiente de escritório ou cidade, rodeadas de tecnologia. São, portanto, pessoas que, nos seus tempos livres e de lazer, querem viver mais devagar e absorver a experiência.

O Enoturismo é exactamente isso: beber um vinho com calma, degustar a comida local, observar a paisagem, ouvir os sons do campo, conversar com as pessoas que fazem e vivem o vinho…

Se gere o enoturismo numa adega, dê tempo aos visitantes para aproveitarem a sua visita. Se organiza roteiros de enoturismo, o meu conselho é não encher cada dia com muitas visitas ou longas viagens.

7. Turismo sustentável

Sustentabilidade é uma das palavras do momento e ainda bem! O enoturismo tem um papel fundamental na sustentabilidade das regiões onde se insere, tanto a nível ambiental como social e económico.

E por que é que considero a sustentabilidade uma das tendências do enoturismo para 2024? Porque o visitante está cada vez mais sensível para este tema. Procura cada vez mais adoptar um turismo de forma sustentável (o oposto do turismo de massas) e procura respeitar as comunidades locais, ao viver experiências imersivas e não invasivas.

Optar por um alojamento rural em vez de uma cadeia hoteleira, ir a restaurantes tradicionais e consumir vinho da região, usar bicicletas ou caminhar pelas vinhas reduzindo a pegada ambiental, já são práticas cada vez mais comuns.

Ao mesmo tempo, o visitante procura adegas igualmente com práticas sustentáveis: agricultura biológica, utilização racional da água na adega, empregar recursos humanos locais, parcerias com pequenos negócios regionais, são alguns exemplos.

Há realmente uma maior atenção por parte do visitante que deve também ser levada em conta no que toca a gerir uma unidade de enoturismo

Para ficar a par de mais tendências do enoturismo para 2023, recomendo espreitar também a agenda de eventos deste ano e participar no máximo que conseguir!

O Enoturismo é uma aposta segura de investimento e retorno para 2024

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