A Ribafreixo Wines é um bom exemplo que os vinhos são uma paixão e um sonho que pode ser realizado em qualquer altura da vida!
A ideia do empresário Mário Pinheiro ao voltar para Portugal, após uma longa temporada na África do Sul, era descansar e pensar na reforma. Mas os seus planos mudaram quando, durante uma caçada no Alentejo, conheceu o engenheiro agrónomo Nuno Bicó, e ambos começaram a sonhar com um projecto de vinhos em conjunto!
Foi na Vidigueira, numa propriedade junto à Ribeira do Freixo, que a produção de vinhos Ribafreixo nasceu. Em 2007 plantaram as primeiras vinhas, dando destaque às castas nacionais mas, para lembrar os bons tempos passados na Africa do Sul, Mário juntou a branca Chenin Blanc.
A primeira vindima aconteceu em 2007, mesmo sem adega própria e apenas com vinhos brancos de que Mário e Nuno muito se orgulharam! A moderna adega abriu em 2012 permitindo não só mais autonomia mas acima de tudo uma identidade mais forte da marca.
Hoje a Ribafreixo conta com 4 gamas de vinho – Barrancôa, Patofrio, Connections e Gaudio – que exporta um pouco para todo o mundo.
Tudo isto me foi contado no dia em que visitei a adega e reencontrei a Liliana, que já antes me tinha recebido de braços abertos na Quinta de Santa Cristina nos Vinhos Verdes (artigo que podem ler aqui). Também Liliana se rendeu aos encantos do Sul e foi ela que me levou a conhecer os cantos desta adega na Vidigueira.
Sempre com um grande sorriso e boa disposição, Liliana mostrou-me parte dos 90 hectares de vinha e contou-me que os vinhos da Ribafreixo são todos Vegan! Pois a minha reacção foi mesmo “mas os vinhos não são já todos vegan?…” a verdade é que tradicionalmente ainda se usam alguns produtos de origem animal, como claras de ovo ou gelatinas, para filtrar e limpar os vinhos. Aqui na Ribafreixo, embora não se pratique agricultura biológica, há uma grande consciência ambiental e respeito pela natureza que se reflecte na qualidade do vinho produzido.
E foi isso que pude comprovar mais tarde, quando chegámos ao Restaurante da Adega. Antes de qualquer outro detalhe da sala, o que inevitavelmente captou a minha atenção foi mesmo a vista privilegiada sobre as vinhas! Melhor mesmo só com um copo de Pato Frio Rosé Cashmere na mão 🙂 este vinho é feito exclusivamente de Touriga Nacional que lhe atribui um excelente perfume inicial, depois frescura e um bom sabor a frutos vermelhos.
Uma das actividades que a adega Ribafreixo organiza para os visitantes é uma prova de 3 queijos alentejanos com vinhos da casa: queijo fresco de cabra com o também fresco Pato Frio Selecção branco, o amanteigado de Serpa com o maduro Antão Vaz Grande Escolha – feito a partir de vinhas velhas – e um intenso queijo curado de ovelha com o Gaudio Licoroso.
Esta prova foi comentada pela enóloga Débora Mendes que nos explicou cada harmonização e nos fez descobrir novos aromas e sabores, tanto nos queijos como nos vinhos.
Só esta degustação já me tinha deixado feliz, mas o almoço ainda estava para vir! Uma mesa cheia de tentadoras entradas – chouriço, pimentos assados, empadas, mais queijo, pão regional….. – seguidas de uma deliciosa sopa de cação (um dos meus pratos alentejanos preferidos!), costeletas de borrego grelhadas com batatinhas e, para finalizar todo este banquete, o chamado “pijaminha” de doces conventuais. Devo dizer que, a avaliar por este almoço, a jovem Chef Catarina Parreira tem um promissor futuro à sua frente!
Ao longo do desfile de iguarias foram sendo servidos diversos vinhos dos quais destaco o Gaudio Reserva 2013 – topo de gama da Ribafreixo – feito maioritariamente com Alicante Bouschet. Este vinho é cheio, estruturado e marca o paladar com especiarias, compota de amora e até algum chocolate negro.
Gostei muito de ver que a Ribafreixo está a apostar num enoturismo de qualidade e para todos os públicos, já que também as crianças podem começar a despertar os sentidos para os aromas e sabores com uma prova de sumos de fruta!
Parabéns pelo projecto e muito sucesso 😊