As suas quintas emblemáticas e o seu fundador visionário fazem da Ramos Pinto uma marca de vinhos única em Portugal!
Confesso que tenho um especial carinho por esta casa.
“Duas Quintas” foi o sabor que me convenceu a gostar de vinho português há cerca de 5 anos e, por essa razão, escolhi a Quinta dos Bons Ares para fazer a minha primeira vindima.
Na Quinta dos Bons Ares em Vila Nova de Foz Côa – Douro Superior – são produzidos os vinhos “de mesa” da marca Ramos Pinto. Não tem as portas abertas ao enoturismo, mas aqui passei umas excelentes duas semanas, dia e noite dentro da adega vestindo literalmente a camisola Ramos Pinto e orgulhosa por participar na produção de mais uma excelente colheita!
Os vinhos do Porto, ou os famosos “Adriano”, são produzidos mais abaixo na Quinta do Bom Retiro – Cima Corgo – e aqui sim, os enoturistas são recebidos da melhor maneira.
Quando visitei pela primeira vez a Quinta do Bom Retiro fui calorosamente recebida pelos herdeiros da marca (uns herdeiros de sangue outros, de coração) como se fossemos todos amigos de longa data. A recepção foi feita sem cerimónias na cozinha, todos à volta da mesa à conversa até quase de madrugada.
Atribuídos os quartos, cada um foi descansar e eu adormeci na expectativa do que o dia seguinte me reservaria!
A manhã trazia um céu nublado e triste, mas o pequeno-almoço foi servido no alpendre ao ar livre, com todos os mimos que uma casa tipicamente nortenha sabe fazer!
De barriga e alma cheia, eu e o resto do grupo seguimos a ver as vinhas de onde vêm as uvas para o vinho do Porto. Vinhas que crescem em solo xistoso, pouco fértil e difícil de trabalhar mas que se mantêm firmes e saudáveis todo o ano!
Almocei novamente com toda a “família” Ramos Pinto sentada à mesa, já o sol brilhava alto e aquecia aquela tarde de fim de Verão. O tema da conversa foi, obviamente, o vinho e as histórias à volta dele.
E falar da história da Ramos Pinto passa obrigatoriamente por conhecer a Casa Museu em Vila Nova de Gaia e visitar os antigos escritórios do seu fundador Adriano Ramos Pinto. Depois de descer de barco pelo Douro abaixo, o vinho do Porto era armazenado e comercializado nas caves à beira rio.
Este museu mantém intactas muitas das peças utilizadas no dia-a-dia de Adriano, inclusivamente os primeiros cartazes publicitários e vários artigos de merchandise (os primórdios do marketing no vinho português!) mandados produzir por este ousado e visionário empresário.
De todas as propriedades, falta-me apenas visitar a Quinta de Ervamoira, a “menina dos olhos” da Ramos Pinto pois os estudos que aqui se fizeram muito contribuíram para a melhoria e evolução do vinho em Portugal. Um dia hei-de lá ir e prometo que vos conto tudo!
Eu podia escrever muito mais linhas sobre a esta casa e como é, sem dúvida, uma das mais emblemáticas marcas de vinho em Portugal, mas acho que devem ir ao Douro e descobrir mais por vocês próprios!