A Quinta da Pacheca deve o seu nome a D. Mariana Pacheco Pereira, proprietária e produtora de vinho na quinta, que levou o negócio avante com garra e sucesso desde 1738.

Em 1903, a Quinta da Pacheca passou para as mãos da família Serpa Pimentel, onde o gosto pelo vinho e turismo se manteve de geração para geração.

Foi com esta família que se deram os primeiros passos no enoturismo, juntando a vontade de partilhar o melhor do Douro com a consciência do potencial turístico da quinta.

A última grande mudança nesta casa aconteceu com a aquisição, por parte do que hoje é o grupo Terras & Terroir. Maria do Céu Gonçalves – CEO do grupo – trouxe à Quinta da Pacheca uma visão mais internacional, vinda da sua experiência profissional na área de comércio e distribuição em França, além de muitas viagens pelo mundo.

A entrada na quinta, já é presságio de um sitio especial. Assim que se atravessa o portão da quinta, uma alameda de árvores altas conduz-nos até à casa principal. Uma casa clássica, típica do século XVIII, coberta pelo verde da hera e rodeada pelo verde das vinhas.

Feitoria de Marquês de Pombal

Logo no pátio frente à casa, encontrei um dos marcos da Feitoria de Marquês de Pombal datado de 1761!

Eu explico a importância de tal marco: com o objectivo de proteger e regular a produção de vinho de qualidade – na altura, vinho do Porto –  ao longo do rio Douro, Marquês de Pombal mandou colocar 335 marcos de granito delimitando aquela que foi a primeira região vinícola demarcada do mundo.

Isto passou-se entre 1758 e 1761, o que significa que as quintas incluídas dentro desta demarcação são consideradas produtoras de vinho de qualidade há mais de 250 anos!

Mas desengane-se quem acha que uma quinta centenária no Douro deve ficar eternamente agarrada ao passado e às práticas antigas. Pode acontecer sim, mas não é de todo o caso da Quinta da Pacheca.

Com a chegada dos novos proprietários, a Quinta da Pacheca ganhou nova vinha e começou a caminhar cada vez mais numa direcção de modernização, internacionalização, sustentabilidade e posicionamento como um dos melhores enoturismos do Douro.

Uma das primeiras ideias foi criar um tipo de alojamento bem diferente: quartos em forma de balseiros na horizontal com janela directa para as vinhas.

Maria do Céu e Sandra Dias – directora do The Wine House Hotel – confessam que nunca imaginaram o sucesso que seria e de como aqueles 10 Wine Barrels se tornaram um ícone da quinta e até do Douro!

Mas não foi só isso que eu fiz durante a minha estadia na Quinta da Pacheca. Para celebrar a chega das 5 estrelas ao hotel, foi criada a Pacheca Flamour Experience um programa que propõem mostrar o melhor do Douro num dia (ou dois, caso o visitante pernoite na quinta).

Convida ao visitante a relaxar, conectar-se com o campo e com a natureza, esquecer a cidade e viver experiências.

Pacheca Flamour Experience

A sugestão engloba várias etapas, sendo a primeira uma excursão de jipe por uma porção dos 51 hectares de vinhas, situadas mais próximo ao rio. O carro estaciona no meio das vinhas, onde o Chef Carlos Pires já preparou as brasas para o almoço ao ar livre, incluindo iguarias como enchidos assados, sopa de cebola no pote, milhos de vinha d’alhos e leite creme queimado para finalizar.

Após o repasto campestre, tem uma sessão de Wine Blending, liderada por Maria Serpa Pimentel, enóloga da Pacheca com mais de duas décadas de experiência. A ideia é criar o nosso próprio blend de Vinho do Porto, seguindo as orientações da enóloga.

E como toda garrafa necessita de um rótulo, depois de elaborar o Porto perfeito, resta acrescentar-lhe cor! No atelier de Óscar Rodrigues, o artista residente na propriedade, utilizando diferentes tonalidades de vinho como tinta, os visitantes usam a sua imaginação para criar sua própria winearella.

Antes do spa, passamos pelo Terroir Bar onde é servido o chá das 5, com scones e a infusão Pacheca Nature, feita com ervas aromáticas locais. Esse momento serve como preparação para o “Five States of Tranquility”, um programa de 90 minutos no Vineyard Spa, composto por cinco tratamentos relaxantes e produtos à base de uva.

No final do dia, deliciámo-nos com um jantar exclusivo, servido na sala privada da Adega DOC: menu de 5 pratos e 5 vinhos topo de gama, como o Quinta da Pacheca Vale Abrãao tinto ou o Porto Tawny 50 Anos!

Se não tiver tempo para todo o programa, fique a saber que cada uma destas actividades podem ser feitas em separado e independentes da Pacheca Flamour Experience.

Quando visitar a Quinta da Pacheca?

Sou defensora que enoturismo se faz o ano inteiro! Pessoalmente, fui duas vezes à Quinta da Pacheca, ambas no Inverno e sempre com alguma chuva à mistura.

Esta quinta tem excelente acesso de estradas desde o Porto, sendo uma das primeiras quintas do Alto Douro Vinhateiro, e muito espaço de estacionamento.

Com a variedade de actividades que o enoturismo da quinta oferece, pode visitar todo o ano que a experiência será sempre incrível!


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