A Quinta da Bacalhôa é uma adega-museu onde se brinda à arte!
A história dos vinhos da Bacalhôa começou nos anos 70 com a plantação das primeiras vinhas. Mas esta é apenas uma das histórias que se ouve no Palácio da Bacalhôa!
O palácio foi construído por D. Maria Brites em 1480 para o seu filho D. Manuel I, como presente de casamento. Por ser uma senhora viajada e ter passado uma temporada em Itália, o palácio foi erguido num estilo renascentista italiano. Mais tarde, a propriedade passa para as mãos de D. Brás de Albuquerque (filho do Vice-Rei da Índia) que deixou a sua marca através da decoração de influência indiana. Passando por várias gerações, e após um longo período em que o palácio esteve abandonado e quase destinado à ruina, nos anos 30 a americana Orlena Scoville apaixona-se pelo espaço e recupera-o como o conhecemos hoje, até que finalmente chega ao actual proprietário, Joe Berardo.
Caminhando pelas frescas varandas do palácio, com vista para a vinha, ou parando nos alpendres junto ao lago onde se davam longos passeios de barco, imagino que a vida neste palácio tenha sido em muitos momentos um verdadeiro “dolce fare niente”!
Dando continuidade à multiculturalidade deste património, Berardo montou uma rica exposição tanto no Palácio como na adega da Quinta da Bacalhôa onde partilha com os visitantes peças da sua colecçao privada – estátuas e artefactos originais de África, peças de Bordalo Pinheiro, mobiliário Art Deco e uma vasta galeria de azulejos desde o séc. XV.
Diria que a visita à Quinta e Palácio da Bacalhôa satisfaz mais os entusiastas de história de arte do que os apreciadores de vinho, portanto fiz questão de compensar com a prova no final!
Na prova standard da visita à quinta é servido o vinho Catarina branco – cujo nome é inspirado em D. Catarina de Bragança por quem Joe Berardo tem uma grande admiração – e o JP Private Selection tinto. Mas consegui fazer uma troca: provei o Quinta da Bacalhôa branco e tinto e um Moscatel de Setúbal roxo.
O Quinta da Bacalhôa tinto não só é um elegante vinho – onde a fruta intensa do Cabernet Sauvignon é bem acompanhada por um equilibrado toque de especiarias dadas pela madeira – este foi na verdade o primeiro Cabernet Sauvignon a ser produzido em Portugal, em 1979! Só mais uma boa razão para irem visitar a Quinta da Bacalhôa 🙂