Mitos sobre o Enoturismo: é só para entendidos de vinho, é caro, precisa de vários dias e outras ideias erradas desfeitas neste artigo
Descobri isto do Enoturismo há oito anos e fiquei fascinada como podia, de uma forma tão perfeita, combinar as minhas duas grandes paixões: vinhos e viagens!
Desde que comecei a fazer enoturismo que tenho aprendido imenso e cada visita é sempre uma mão cheia de conhecimento.
Foi por essa razão que criei este Entre Vinhas. Com a missão de desmistificar, explicar, divulgar o enoturismo como um tipo de turismo para toda a gente, sem excepção! No entanto depois destes anos todos continuo a perceber que este conceito de “turismo de vinhos” ainda é estranho a muita gente, ainda é incompreendido pelos portugueses e até, curiosamente, pelos próprios produtores de vinho…
Não contente com a mensagem que o blog – e as respectivas redes sociais – estavam a passar, ainda criei uma formação só dedicada ao tema para poder informar ainda mais gente sobre o que é realmente o enoturismo!
Portanto, para esclarecer de uma vez por todas as dúvidas que por aí andam, reuni 7 Mitos sobre o Enoturismo, para logo a seguir os desfazer!
“Enoturismo é uma adega com alojamento”
Enoturismo é uma actividade ou uma experiência e não um espaço físico. O tamanho ou estrutura de uma adega para não interessa em nada para a prática do enoturismo.
Se tiver alojamento, restaurante, wine bar e tudo o mais, excelente! Será uma experiência mais longa e completa. Se não tiver nada disso mas tiver uma equipa organizada, com tempo e braços abertos para o receber, é tudo o que precisa para ter uma visita inesquecível.
“É preciso saber muito de vinho para fazer enoturismo”
Antes pelo contrário! Defendo muito a ideia de que fazer o enoturismo é das melhores maneiras de aprender sobre vinho.
Claro que saber de vinhos previamente facilita na escolha das regiões ou adegas que queremos visitar pois já temos as nossas preferências, mas se não souber nada de vinho… que melhor forma de aprender do que o provar, dentro de uma adega, junto às barricas, acompanhado/a pelo enólogo e a olhar para a vinha?
“Eu não bebo vinho por isso não faço enoturismo”
Se não bebe vinho porque não gosta ou por outras razões pessoais, pode fazer enoturismo na mesma! Porque apesar do enoturismo ser claramente um turismo motivado pelo vinho, a cultura do vinho é muito mais do que só a bebida.
É a paisagem, é a gastronomia, são as pessoas, é a vida rural… e isso qualquer pessoa pode fazer, seja de copo na mão ou não!
“Enoturismo é caro”
Fazer enoturismo pode ser algo tão simples como passar uma tarde a visitar uma adega na sua região (que vá, tem o custo da gasolina e de uma prova que pode custar cerca de 10€ por pessoa).
Mas pode também ser passar um fim de semana numa quinta e dormir e comer nesse sítio e isso sim já torna o passeio mais dispendioso, mas é tudo uma questão de escolhas e de organização. Aliás, neste artigo eu dou algumas dicas de como equilibrar o orçamento quando se faz enoturismo.
“Eu não sou enoturista, fui só visitar uma adega”
Confesso que também não gosto de rotular as pessoas, muito menos quando se trata de turismo, uma actividade que fazemos por prazer, sem pensar muito. Mas é verdade que quem faz enoturismo, seja apenas uma tarde, um fim de sema ou uma semana inteira é um enoturista.
“Mas é assim tão importante dar um nome ao que eu sou ou faço?” claro que não! Só é importante para perceber que toda a gente pode fazer turismo de vinhos e quando um dia ler a palavra “enoturista”, sabe que é consigo que estão a falar 😉
“Todas as adegas têm enoturismo”
Não, nem todas as adegas têm estrutura ou condições para abrir as portas a visitantes. Mais uma vez é uma questão de opção. Em muitas adegas, a prioridade é produzir um vinho de excelência porque é esse o negócio principal da casa.
O Enoturismo é um importante complemento ao negócio do vinho e cada vez mais adegas estão a ganhar essa consciência, no entanto, não é obrigatório nem tem mal nenhum que uma adega ainda não tenha dado esse passo.
“São precisos muitos dias para fazer enoturismo”
Tal como não é preciso muito dinheiro, também não é preciso muito tempo para fazer enoturismo. Como eu disse antes, pode ser apenas preciso uma tarde. Tudo depende da quantidade de adegas que quer visitar e da distância a que essas adegas estão de sua casa.
Agora que já desfiz todos os mitos, qual a sua desculpa para não se fazer enoturismo?