A pacata vila de Cheleiros nunca mais foi a mesma depois da chegada dos Manz!
Foi em 2004 que a família Manz encontrou em Cheleiros, pertencente ao concelho de Mafra, o lugar perfeito para realização do sonho de produzir vinho.
A intenção inicial dos Manz era apenas construir uma casa e ali viver e formar família. Mas vivendo no meio de vinhas e lagares, o sonho de ter o seu próprio vinho começou a fazer mais sentido e viu ali em Cheleiros a oportunidade de o fazer.
Mais entusiasmado ficou quando, após comprar as primeiras vinhas já com alguma idade, descobriu que lá pelo meio tinha uns quantos pés de uma casta branca antiga já quase extinta: a Jampal.
Nesse momento, a ideia de fazer vinho ganhou outro propósito e a missão de recuperar e dar a conhecer esta casta fez com que houvesse um investimento e dedicação maior ao vinho.
Disseram-lhe que a Jampal era uma casta pouco produtiva e por isso estava a ser esquecida na região. Ao que André respondeu: “Eu não quero fazer muito vinho, quero é fazer bom vinho” que se tornou o lema desta casa até aos dias de hoje, orgulhando-se de ser o único produtor no país a vinificar e vendê-la!
A Manzwine é uma adega situada na região de Lisboa que tem vindo a crescer aos poucos e em cada fase deste percurso, tem uma história para contar.
Para poder transformar as suas uvas em vinho, André comprou e recuperou os edifícios que em tempos funcionavam como lagar e escola primária para os transformar em museu, loja, sala de provas e adega.
A antiga escola primária de Cheleiros, foi transformada numa pequena adega de vinificação e armazenamento.
No primeiro andar do antigo lagar criou um museu, composto por fósseis, antigos artefactos agrícolas e instrumentos utilizados na produção de vinho, recolhidos na vila ou mesmo cedidos pelos habitantes de Cheleiros que quiseram de alguma forma contribuir para o enriquecimento deste espaço.
No andar de baixo, ainda podemos encontrar o lagar original, já inactivo. É também neste espaço que funciona a loja de vinhos da Manzwine.
Com o tempo e com a chegada dos vinhos da marca aos quatro cantos do mundo, estes espaços deixaram de ser suficientes para toda a produção, para as barricas, armazenamento e mesmo para receber visitantes que não paravam de chegar.
Houve então necessidade de construir uma nova adega de vinificação e uma sala de barricas. Tudo sempre em Cheleiros, rua acima, rua abaixo, a Manzwine foi crescendo e ganhando território na aldeia.
Claro que nem tudo foram rosas…
André conta que quando ali chegou pela primeira vez, não foi visto com bons olhos. Um brasileiro, que cai de “pára-quedas” numa pequena aldeia portuguesa, começa a comprar edifícios considerados históricos e de grande estima para os habitantes locais, teve alguns desafios pela frente.
Mas o empresário brasileiro não desistiu e aos poucos foi conquistando o coração das pessoas ao provar que no fundo só estava a investir na preservação da aldeia, criando um projecto onde muitos dos habitantes se envolveram e ainda hoje trabalham.
Tudo foi recuperado respeitando a história, tradição e arquitectura da vila, e nem a antiga ponte medieval foi esquecida, sendo usada como inspiração para a imagem de marca da Manzwine.
Dizem os mais antigos que foi por esta ponte que se transportaram as pedras para construção do Mosteiro de Mafra!
Neste momento só existe uma referência da casta Jampal, o vinho Dona Fátima que recomendo muito provar.
O Dona Fátima é um vinho muito elegante, muito aromático, com acidez marcada c corpo que envolve a boca – também devido ao estágio em barrica – mostrando bem a personalidade desta casta.
Além da Jampal, também o Arinto e Fernão Pires existem nas vinhas. Quanto aos tintos, a Touriga Nacional, o Aragonez, Castelão, Syrah e Petit Verdot produzem vinhos muito elegantes e versáteis.
Todos os néctares da Mazwine estão à venda em várias garrafeiras pelo país mas, se os provar na adega em Cheleiros, vão saber muito melhor!