Um bosque, um rio com lagoas e cascatas, vinhas e brandas são alguns dos encantos da Lavandeira Douro Nature & Wellness no Vinho Verde.
Existem lugares que não deviam ser revelados, correndo o risco de estragar a surpresa – ou diminuir o encanto – de quem os visita pela primeira vez. O Lavandeira Douro Nature & Wellness é um desses lugares.
A casa senhorial que nos recebe logo após o primeiro portão, pode dar a entender que estamos no sitio errado.
Seguindo caminho pela alameda de rosas que bordejam as vinhas, no fim encontra-se a entrada do mais recente hotel de 4 estrelas de Baião.
Esta sub-região do Vinho Verde é conhecida como “Douro-Verde” e beneficia do melhor dos dois mundos, que é como quem diz, do Douro e do Vinho Verde. Um terroir marcado pelo calor das montanhas durienses e pela frescura atlântica trazida pelo rio.

Como muitos projectos de vinhos, este nasceu de uma paixão do empresário Carlos Gomes por vinho mas, acima também, pela sua terra Natal.
Carlos fez carreira no Porto, mas a ideia de ter um pedaço de terra em Baião e de fazer nascer um negócio que homenageasse este lugar, sempre o acompanhou. Foi na Casa da Lavandeira – nome da propriedade – que encontrou a possibilidade de realizar este sonho.
Natureza, Vinhas e Bem-Estar no Lavandeira Douro Nature & Wellness
A quinta tem actualmente 20 hectares sendo parte delimitada pelo rio Ovil, que serpenteia o bosque.
Na Lavandeira existe um bosque com centenas de variedades vegetais autóctones e outras plantadas nos últimos anos, assim como uma série de espécies animais que vão aparecendo timidamente durante uma caminhada ou passeio de buggy.
As cascatas e lagoas do Orvil tornam-se piscinas naturais, de água fresca, que fazem as delicias dos hóspedes do Lavandeira Douro Nature & Wellness.


Uma das espécies vegetais que preenche 6 hectares da quinta é, naturalmente, a vinha! Mais concretamente de Arinto, Chardonnay e Avesso, que existe em predominância, não fosse esta a casta rainha da sub-região de Baião.
Segundo Rui Cunha, enólogo consultor desde 2016, este projecto tem sido um desafio bastante entusiasmante, sendo que a principal missão é produzir bons vinhos brancos clássicos, contrariando o estilo mais tradicional no Vinho Verde.
Apesar de apenas contar com três castas brancas, têm surgido diferentes vinhos interessantes. Do portfólio actual fazem parte 4 referências: Avesso, Arinto, Blend e Reserva (também blend das três castas, mas com estágio em madeira).
Para o futuro, o desejo é revelar mais faces do Avesso ou mesmo produzir um espumante a partir do Chardonnay.

Já Alexandra Leite, proprietária, confessa que a maior atração do Lavadeira Douro Nature & Wellness é a piscina-lago, que fascina os hóspedes e convida imediatamente a um mergulho demorado.
A piscina, de certa forma, divide a Lavandeira entre a área de recepção, restaurante, vinhas e Spa, do bosque onde se encontram “perdidas” as brandas – casas de madeira desenhadas pelo arquitecto Fernando Coelho, perfeitamente integradas na paisagem onde um quarto, casa-de-banho, sala e varanda proporcionam toda a comodidade e privacidade que se procura num lugar como este.
Falando de conforto e bem-estar, no Spa todos os tratamentos e massagens são feitos com óleos naturais inspirados nos aromas das castas plantadas na vinha.



Comida com história no restaurante Elmo
O estômago, conforta-se no Elmo, onde o Chef Paulo Magalhães dá asas à sua criatividade inspirado nas receitas da sua avó e nos sabores locais.
Os enchidos de entrada – feitos artesanalmente no fumeiro da quinta – assim como o anho assado com batata e arroz de forno, ficaram surpreendentemente bem com o Lavandeira Blend.
Para digerir todas as iguarias oferecidas pelo Elmo, recomenda-se uma caminhada pelos trilhos da quinta que podem chegar aos 3kms.
Ou apenas sentar na esplanada frente à vinha a tomar um Lavandeira Avesso de 2017, a provar que os vinhos velhos brancos também refrescam e criam boas memórias.



Artigo publicado na Revista de Vinhos edição Agosto 2024