Uma visita à adega da João Portugal Ramos é, sem dúvida, um apelo aos cinco sentidos!
Sendo João Portugal Ramos um reconhecido produtor de vinho português – sempre a criar novas marcas desde 1990 – e estando hoje em dia presente em várias regiões do país – é fácil entender porque quis visitar esta adega. Mas a razão principal, confesso, foi outra.
Li há uns tempos um livro que contava em breves páginas a história deste enólogo-produtor, como se iniciou no mundo do vinho e como aproveitou ao máximo o facto de ser daltónico para se tornar um excelente profissional.
É que, tendo crescido num mundo de poucas cores, foi o nariz que lhe deu a conhecer a natureza à sua volta, as flores, as frutas, o encanto do campo e mais tarde, do vinho!

Depois de uma semana em que choveu todos os dias, no dia em que visitei a João Portugal Ramos, em Estremoz, o São Pedro finalmente deu tréguas e a herdade encheu-se de sol debaixo de um céu perfeitamente azul.
Esta é uma quinta com a tradicional traça alentejana, criada de raíz nos anos 90, em que nenhum detalhe foi deixado para trás.
Desde o pátio de pedra, as molduras amarelas em torno da casa, os alpendres de madeira, as fontes caiadas e os bancos ao sol com vista para os longos hectares de vinha, tudo nos faz sentir verdadeiramente no Alentejo.

Durante a visita à herdade, conheci todos estes recantos da casa, assim como os seus coloridos jardins, a acolhedora sala onde se organizam eventos privados, senti o cheiro das barricas na adega de envelhecimento e passei pela loja onde, além dos vinhos, se vende também azeite e outros produtos locais.

Fui ainda convidada a fazer o meu próprio vinho na actividade “Winemaker for a Day”.
A partir de três vinhos monocasta, guardados em pequenas barricas na sala de provas, e com a ajuda de medidores, fichas técnicas e claro, do meu paladar, fiz o meu blend de Touriga Nacional, Aragonês e Alicante Bouschet.
Este meu vinho foi engarrafado no momento e finalizado com um rótulo personalizado, para eu levar para casa!

No fim, antes de me despedir desta casa, fui surpreendida por uma completa prova de queijo e azeite Oliveira Ramos, acompanhado pelo irresistível pão Alentejano (o meu preferido!) e claro, pelos vinhos João Portugal Ramos.

Entre as 15 referências produzidas no Alentejo, provei um vinho de entrada de gama desta casa, o Loios branco e tinto – vinhos elegantes, com aromas intensos a fruta e boa persistência de sabor.
Já o Pouca Roupa, branco e tinto – responsabilidade do jovem filho de João Portugal Ramos – é um vinho muito fresco e frutado, sem complicações, a provar que o talento para a enologia é uma arte de família e tem continuidade garantida por longos anos!