Cas’Amaro: de Alenquer para o resto do país, este projecto promete trazer um novo conceito de vinhos portugueses
Sem darmos por ela, nasceu a Cas’Amaro
Cas’Amaro apareceu no panorama dos vinhos portugueses com pezinhos de lã e muita subtileza.
A verdade é que o projecto já conta com 10 anos de existência – com um percurso muito consistente e ponderado – que se deu finalmente a conhecer com toda a energia no final de 2023.
Paulo Amaro, o mentor da Cas’Amaro, é simultaneamente um profissional na área da medicina e um apaixonado por vinhos e arte.
Encontrou em Alenquer uma forma de dar asas ao seu lado mais criativo através da produção de vinhos e da criação de espaços de convívio onde pudesse reunir outros amantes de vinho num ambiente descontraído, muito colorido e de pura indulgência.
Vinhas, de norte a sul do país
Em 2015 foi adquirido o terreno em Alenquer, plantada a primeira parcela de vinha em modo de produção biológico e logo nesse ano nasceu também a Wine Villa, bem no centro de todo o verde.
Esta casa com três suites, cozinha, uma ampla sala de estar e piscina infinita foi pensada para famílias e grupos de amigos se juntarem longe da confusão da cidade e aproveitarem o melhor que o campo tem para oferecer.
Pelo caminho, juntou-se outra vinha, esta de 30 anos exclusivamente com Castelão e, aos poucos, os hectares de videiras foram aumentando um pouco por todo o país.
Além da região de Lisboa, a Cas’Amaro estendeu a sua marca para o Dão, Douro, Vinho Verde e Alentejo, sendo que por agora apenas Alenquer tem enoturismo organizado para receber visitas.
O enoturismo da Cas’Amaro: alojamento e restaurante
Para complementar a oferta turística, a Cas’Amaro acrescentou então o Wine Shop & Bar, feito de um antigo armazém de vinhos junto à adega, onde a vinificação acontece actualmente.
Este restaurante está mesmo à beira da estrada entre Alenquer e a Aldeia Galega da Merceana o que o torna um excelente ponto de partida para conhecer o projecto.
O grande edifício, com um pé direito alto está, à semelhança do alojamento, muito bem decorado por Paulo Amaro, onde as peças de arte (umas mais clássica outras mais modernas) harmonizam com os antigos depósitos de vinho, hoje transformados em casas-de banho e arrumos.
Assim descrito parece tudo muito confuso, mas a verdade é que funciona!
No centro da sala estão disposta diversas mesas, também elas de diferentes estilos, para que os visitantes se sentem a provar os vinhos da casa ou a fazer uma refeição, cuidadosamente preparada pelo Chef Duarte Marçal.
Iguarias que podem ir do pastel de codorniz com crumble de broa e puré de figo, à lula glaceada com manteiga montada, lima e cebolinho até às ervilhas escalfadas com ovo a baixa temperatura e pó de enchidos, entre muitas outras delicias.
O presente e o futuro dos vinhos Cas’Amaro
Nesta fase, apenas três regiões estão em plena produção. Do Vinho Verde vem a gama Bustelo com 3 vinhos, no Dão criaram-se as gamas Mitologia e Caminho e Lisboa é representada pelas gamas Falatório e Madame Pió, perfazendo um total de 15 vinhos já lançados no mercado.
Rui Costa – Director Geral da Cas’Amaro – tomou o projecto como seu desde o início e tem acompanhado activamente o seu crescimento.
Explica, com orgulho, que o conceito base dos vinhos são sempre as castas nativas da respectiva região.
Concretamente em Lisboa as vinhas são compostas por Arinto, Fernão Pires, Sercial, Rabo de Ovelha e Vital nas brancas e Bastardo, Camarate, Tinta Miúda e Castelão nas tintas. Rui diz que isto é “Lisboa num copo”, originando vinhos com imensa fruta, acidez e frescura.
A Cas’Amaro não é um enoturismo típico, daqueles com longa história contada por várias gerações.
É um conceito de turismo de vinhos novo, jovem e informal que combina uma Wine Villa e uma Wine Shop & Bar, com experiências gastronómicas e de natureza mas, acima de tudo, de bons momentos!
Artigo publicado na Revista de Vinhos, Junho 2024