Fundada no séc. XIX, a Casa Santos Lima inaugurou este ano um moderno enoturismo!
Já conhecia os vinhos da Casa Santos Lima (CSL) há muitos anos e sempre gostei, principalmente da sua vasta gama de monocastas (arrisco dizer que é a marca com mais vinhos monocastas no país!)
Mas pouco mais sabia deste produtor.
E que melhor maneira de aprender do que visitar a própria casa? Foi o que fiz: fui até à Quinta da Boavista em Alenquer, onde tudo começou.
Foi Joaquim Santos Lima que, em finais do séc. XIX, deu início à produção e exportação de vinho. Depois dele seguiram-se 4 gerações, todas empenhadas em dar continuidade ao negócio familiar e também à longa tradição de vinhos da região de Lisboa.
Sendo um dos mais antigos produtores da Estremadura, a Casa Santos Lima começou por vender essencialmente vinho a granel. Com o grande desenvolvimento da viticultura na região de Lisboa, esta casa evoluiu para a produção de vinho engarrafado nos anos 90.
Hoje, além de Lisboa, a casa produz vinho também no Vinho Verde, Douro, Alentejo, Dão e Algarve e 90% desses vinhos são para exportação (pelo que consta os Noruegueses são os maiores apreciadores!)
Posso então dizer que a visita à Quinta da Boavista foi uma agradável surpresa! Com uma nova adega inaugurada apenas em 2014, a Casa Santos Lima está agora a apostar seriamente no enoturismo com várias actividades disponíveis para quem, como eu, queira saber mais sobre este produtor.
A minha visita começou na sala da recepção, onde algumas peças de um antigo escritório no Chiado foram expostas em estilo de museu.
Aí podemos ver desde as clássicas secretárias altas de madeira e tampo de cabedal, a baús de documentos e ainda o antigo guichet onde se efectuavam os negócios de vinho e uva entre produtor e agricultores.
De seguida fui convidada a dar uma volta pelas vinhas, não a pé mas de buggy!
E assim fui eu, confortavelmente sentada neste carrinho amigo do ambiente – que cabia perfeitamente entre as linhas da vinha – conhecer as mais de 40 castas plantadas nos cerca de 220 hectares desta propriedade.
Um passeio que recomendo fazer – sentir os aromas e o silêncio do campo, especialmente ao final da tarde, com a luz de pôr do sol que torna aquela paisagem verde ainda mais bucólica.
Depois deste “safari vitícola”, veio a prova dos vinhos. Esta teve lugar numa sala com bastante luz natural e com vista para o “Jardim das Castas” – cerca de 2 hectares onde foram plantados alguns pés de cada casta existente na quinta, para que os visitantes se familiarizem com as variedades que originam os vinhos desta casa.
Eu tive o privilégio de provar o branco Palha-Canas e os tintos Quinta das Setencostas e Quinta do Espirito Santo – vinhos com forte influência Altlântica, minerais e frutados mas ao mesmo tempo estruturados e gastronómicos.
Quem me deu a conhecer estes néctares foi o próprio Diogo Sepúlveda, enólogo residente nas diferentes regiões onde a Casa Santos Lima produz vinho.
A Casa Santos Lima é um óptimo exemplo de evolução e inovação, que após mais de um século de actividade, se aventura numa nova adega, mais moderna e tecnologicamente mais desenvolvida, de portas abertas a todos que a quiserem visitar!