Na Casa da Ínsua produz-se vinho e queijo Serra da Estrela, mas também já foi central hidroeléctrica e fábrica de gelo
Não vos vou contar a longa história da Casa da Ínsua, (que vale muito a pena ouvir, principalmente contada pelo director do hotel António Machado Matos, um excelente contador de histórias) mas posso desde já dizer que todo o tempo que passarem nesta casa é pouco!
Enquanto caminhávamos lentamente pelos corredores da casa – que é hoje um hotel de charme – fiquei a conhecer todos os pormenores que tornam este lugar tão único e especial e que enriquece a região do Dão.
Os visitantes são livres de circular por todas as salas, cada uma com um tema e uma decoração que vão contando a história de Portugal. Ao lado do restaurante, ainda está bem conservada a Cozinha Velha, capaz de fazer inveja a qualquer uma das nossas cozinhas modernas – toda branca, muito espaçosa e cheia de luz natural!
O primeiro vinho Casa da Ínsua foi produzido em 1852 e destinava-se essencialmente ao consumo próprio da quinta. Apenas em 1980, com a construção da adega, se iniciou a venda ao público. Este espaço, hoje modernizado, mantém os antigos lagares e carris de plataformas de transporte dos pesados barris.
Na quinta produzem também queijo Serra da Estrela, numa queijaria situada ao lado da plantação de cardos. O dedicado pastor cuida diariamente das ovelhas que dão origem a estes deliciosos queijos!
Visitei ainda o núcleo museológico, composto por artefactos e objetos recolhidos da vivência na casa e na quinta ao longo dos anos. Entre malas de viagem e berços de crianças está ainda o quadro eléctrico pertencente à central hidroélectrica da quinta, que abastecia toda a comunidade envolvente em 1893.
Portanto…. seja para provar o vinho, para fazer queijos e compotas, para se sentar numa cadeira pertencente a Luis de Albuquerque (o primeiro proprietário da casa) ou para se perder pelo labirinto dos jardins ingleses, uma estadia no hotel da Casa da Ínsua é sempre tempo bem aproveitado!