Uma viagem de enoturismo a Bordéus é uma lição de história mas também uma tentação para amantes de comida e vinho!

Comecei a minha viagem pelos vinhos de Bordéus numa manhã de Inverno, a tomar o pequeno almoço no Café Lavinal na Village de Bages.

Na parede tinha um quadro que dizia “Le vin est la plus saine et la plus hygienique des boissons ” (Pasteur 1866) e não podia vir mais a propósito!

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A primeira visita foi ao Château Lynch-Bages, um dos châteaux que obteve a denominação Gran Cru Classé, atribuida em 1855 aos melhores e mais valiosos vinhos de Bordéus. Esta adega produz vinho desde 1749 e ainda se podem ver alguns dos primeiros toneis de madeira a usar a técnica gravitacional.

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Perdi-me um pouco para chegar a esta adega e quando lá cheguei estava o guia sozinho à minha espera. Ingenuamente até fiquei aliviada por não ser a mais atrasada e perguntei-lhe se faltava muita gente, quando ele explicou que eu era a única visitante a essa hora.

E assim percebi que o enoturismo em Bordéus é diferente, muito personalizado e sem grandes grupos, o que me fez sentir especial!

Chateau Margaux

Segui para outro Gran Cru Classé que também deve fazer parte do roteiro enoturistico desta região.

Apesar de todas se denominarem “château”, são poucas as quintas que realmente têm um palácio na sua propriedade; mas o Château Margaux (Margaux) tem e o seu palácio, construído há mais de 200 anos, é a imagem de marca nos rótulos dos seus vinhos.

Provei um vinho de 2006, pois em Bordéus defendem que um vinho só está em condições para consumir quando atinge um certa idade, preferencialmente com mais de 10 anos!

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Para quem tem poucos dias para visitar Bordéus, recomendo uma ida ao Château Haut-Brion(Graves) que é o Gran Cru Classé mais próximo do centro da cidade.

Tem uma tanoaria própria, tal como em alguns châteaux franceses, onde pude assistir à arte de fazer uma tradicional barrica de carvalho. Um trabalho exigente e admirável!

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Bordéus é uma cidade que respira vinho, mas se inspirarmos bem fundo podemos também sentir o maravilhoso cheiro a queijo!

Para quem visitar esta cidade, uma ida à Fromagerie Jean D’Alos impõem-se. São queijos e queijos de todos os cheiros e feitios, todos com um ar irresistível!

E por falar em comida e lugares obrigatórios…. do outro lado do rio Garonne está a encantadora Saint-Emillion, uma vila medieval que além de Património da Humanidade é famosa pela criação e produção dos deliciosos macarrons!

Despedi-me de Bordéus da melhor maneira, com uma visita ao Chateau Lafite-Rothschild.

Acompanhada por um casal de italianos curiosos, segui o guia e entrei nas bolorentas e húmidas caves onde repousam os vinhos desta casa, com garrafas desde 1797.

A abertura e degustação do vinho Chateau Lafite-Rothschild 2001 (sim, foi aberta uma garrafa de 900€ apenas para 4 pessoas provarem) teve lugar na sala das barricas, uma sala redonda a lembrar uma arena, com uma acústica perfeita para se realizarem concertos únicos.

Mas desta vez, sem música, só o silêncio de nós os 4 de copo na mão, à luz das velas, a saborear um grande vinho!