A Adega do Vulcão é o que acontece quando um casal de italianos se apaixona pelo Faial, nos Açores
A Adega do Vulcão é muito mais do que um projecto de vinhos nos Açores. É uma paixão de dois italianos, da Toscana, pela terra e pelo património.
Já há muito anos que Cinzia e Gianni visitavam a ilha do Faial frequentemente nas suas férias. Apreciadores de vinho, mas com vida profissional dedicada à filosofia, viram nesta ilha um potencial que há muito estava esquecido.
O Faial é a casa do vulcão dos Capelinhos, cuja última erupção ocorreu em 1957. Este acontecimento destruiu as vinhas que antigamente existiam na ilha e desde então, nem mais um pé de videira se plantou naquelas terras.
O que pareceu um grande desperdício a Cinzia e Gianni, pois os solos vulcânicas são muito férteis!
Foi então em 2008 que a aventura – diria quase “missão” – do casal começou. Mudaram-se para uma casa nesta ilha e deram início a um projecto há muito desejado: retomar a tradição de vinha no Faial e recuperar um património vitivinícola nestas terras à beira-mar.
Com a ajuda de um viticultor local e do enólogo Alberto Antonini – amigo do casal e consultor de adegas por todo o mundo – em 2016 plantaram uma vinha. Aqui inserem-se as castas tradicionais dos Açores: Arinto dos Açores, Verdelho e Terrantez do Pico.
Mas no Faial apenas se encontram os 7 hectares vinhas, pois o projecto estende-se à ilha vizinha.
No Pico adquiriram 5,5 hectares de vinha no Lagido da Criação Velha, assim como uma adega onde também tem sala de provas.
É na adega do Pico que os seus vinhos são produzidos, sendo que as uvas do Faial são transportadas de barco entre ilhas, a cada vindima.
Ameixâmbar
Este é o nome do primeiro vinho, produto das uvas do Faial e Pico: 90% Arinto dos Açores e 10% Terrantez do Pico.
Fermentado e envelhecido em cimento seguido de estágio de 4 meses em tonel de carvalho francês. São evidentes os aromas salinos e cítricos mas o que se destaca na boca e no final é mesmo o sabor de fumo, típico de uvas que nascem em solos vulcânicos.
Produção: 7.500 garrafas | P.V.P.R. 29,99€
Pé do Monte
Arinto dos Açores 90%, restante mistura Verdelho e Terrantez do Pico. Este vinho é fermentado em cimento em contacto com borras finas por 11 meses.
Não tem estágio em madeira mas a batonage dá-lhe a estrutura e os aromas de frutos secos, a juntar a uma excelente acidez e taninos bem vincados.
Produção: 1.500 garrafas | P.V.P.R. 49,99€
Provei ambos os vinhos num menu de degustação essencialmente composto por produtos do mar como berbigão, sapateira, ceviche de espadarte ou arroz de bivalves, mas também com um prato de porco preto.
Os vinhos mostraram-se perfeitamente à altura de todos estes sabores!
Quem também está de parabéns é o jovem enólogo Fábio Rocha que, depois de estagiar na Austrália, Chile e Nova Zelândia, trabalhou em várias adegas de norte a sul de Portugal a aprender diferentes técnicas com diferentes enólogos.
Mostra-se agora seguro para levar para a frente os vinhos da Adega do Vulcão, que prometem ser uma referência nos Açores!